segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Escolaridade em Ciclos: Desafios para a escola do século XXI



ESCOLARIDADE EM CICLOS:
Desafios para a escola do século XXI
Um texto de Cláudia Fernandez

Cláudia Fernandez, neste livro, fala do processo histórico da educação e da necessidade de inovação da escola. Disserta ainda sobre as motivações das escolas em ciclos, da época da sua implantação e os seus resultados. Pois entende que deve haver um acompanhamento frequente para que se avance rumo a solução diante do fracasso escolar e outros males da educação.


Seguem abaixo alguns trechos importantes do texto:

1. “As discussões travadas no final da década de 70 e no início dos anos 80 marcaram pontualmente que o sistema público de ensino excluía da escola os alunos das classes menos favorecidas tanto social quanto economicamente da população.“ (Fernandez, p.26)
Fernandez relata nesse trecho os frutos da construção histórica da sociedade. Em 1983 em São Paulo, instituiu-se o Ciclo básico de alfabetização para todas as escolas com o objetivo de gradualmente reorganizar o ensino fundamental da escola pública, alterando o sistema de seriação com uma proposta motivadora com um dos intuitos de fomentar a socialização.

2. “Embora essas diferentes experiências e propostas tivessem suas peculiaridades, tinham em comum partir da premissa de que era necessário no ensino fundamental um sistema de avaliação que não excluísse o aluno da escola, tentando amenizar ou até resolver o problema da evasão e da repetência e, desta forma, contribuir para a melhoria da qualidade do ensino público. “(Fernandez, p.27)
O objetivo da escola em ciclos é tornar o processo de ensino-aprendizagem contínuo e sem retrocessos. Tendo uma especial preocupação com o fracasso escolar que é entendido por diferentes pontos de vistas educacionais e políticos, buscando a igualdade e não reforçando as diferenças de classes sociais.

3. “No entanto, há outra vertente que entende o fracasso escolar como uma forma de resistência, como uma maneira de os estudantes pertencentes aos grupos marginalizados afirmarem sua diferença e sua identidade.” (Fernandez, p.31)
Estudos culturais observaram que crianças oriundas de grupos sociais e culturais marginalizados têm um rendimento inferior ao das crianças de grupos culturalmente dominantes.

4. Os ciclos de aprendizagem têm as mesmas características dos ciclos de estudos, com a diferença posta em relação ao sistema de promoção. Em um ciclo de aprendizagem, “proíbe-se a repetência no interior do ciclo, exceto em seu último ano” Perrenoud (202b, p.37) (Fernandez, p.41)
Para Perrenoud a “proibição parcial da repetência aumenta a fluidez das progressões”, no entanto ressalta que “se nada mais for feito, os desvios entre os alunos aumentarão, embora não sejam sancionados por um atraso escolar”. (Ibid., p.37)

5. “Entendemos então que conhecer melhor a organização da escolaridade tal qual a conhecemos, ou seja, compreender como se deu a formação / organização da escola atual, é importante para observarmos as possíveis alterações provocadas pela implementação dos ciclos.” (Fernandez, p.49)
A compreensão das transformações ocorridas a partir de um novo sistema comparando com o sistema anterior é essencial para a avaliação. Deve-se levar em consideração a cultura escolar de cada região e as alterações ocorridas para que o novo sistema não venha causar alterações superficiais e não cumpram o objetivo de modificação e transformação contribuindo para a inovação do sistema de ensino.

Mude



* Texto atribuido a Clarice Lispector. * Texto escrito por Edson Marques, cujo livro (contendo o poema) foi lançado pela Editora Original Pandabooks, com prefácio de Antonio Abujamra.

http://www.youtube.com/watch?v=XvK0UM8iii0