sábado, 17 de abril de 2010

Bom, hoje vamos começar a entender melhor a questão do tema “currículo” com base no texto de Miguel Arroyo - Educandos e Educadores – Seus direitos e o currículo – do material organizado pela Secretária de Educação Básica e pelo MEC: Indagações sobre Currículo.


Em primeiro lugar quero expressar que não está sendo fácil fazer um comentário, pois esse texto do Miguel Arroyo é o meu primeiro contato com esse tema. Não sei se já falei, mas não trabalho ainda na área de educação e, com isso, certos temas, para mim, tornam-se um pouco mais complicados por falta de vivência na área.

Pelo que pude ler no texto, percebi que o currículo é a base para qualquer educador (que responsabilidade), pois é a partir dele que é feito o planejamento escolar. Estamos em pleno século XXI, cheio de mudanças e inovações e novas tecnologias e, assim como as empresas, as escolas também devem acompanhar essas inovações.

Miguel Arroyo, sendo um dos ícones para falar sobre assunto, nos ajuda a entender melhor e a fazermos reflexões sobre como é possível mudar as propostas curriculares, as abordagens do conhecimento e dos processos de ensino - aprendizagem. De acordo com o texto, “vêm crescendo as sensibilidades para com o currículo das escolas, porque percebemos que a organização curricular afeta a organização de nosso trabalho e do trabalho dos educandos” (p.18). Arroyo relata que está sendo redefinida uma nova identidade profissional que leva os professores – educadores a uma postura mais crítica e os levam ao questionamento de algumas práticas e de como enxergar os educandos.

Concordo com Arroyo quando diz que uma das formas de trazer o currículo para o cotidiano profissional é fazer com que o trabalho seja mais coletivo. Já é adotado em algumas escolas e tende a generalizar. Conheço uma escola no bairro de Xerém, onde um amigo meu trabalha como professor de informática, que utiliza o planejamento coletivo. Ele é realizado com a ajuda de todos os educandos e é realizado por meio de projetos temáticos, onde todos os professores de todas as disciplinas, matemática, português, ciências, inglês, informática etc.. trabalham cada um em sua área de atuação o mesmo tema. Isso envolve os professores, por ser um projeto pensado em conjunto e, portanto, de autoria coletiva. Isso cria um clima de união entre todos. E quem ganha é o aluno.

É claro que a organização do currículo deve ter sempre o olhar voltado para os educandos e para a formação da identidade de cada um. Conforme Arroyo (2007), Logo, as indagações sobre currículos não devem privilegiar apenas que conhecimentos ensinar-aprender, mas como ordená-los, organizá-los, em que lógicas, hierarquiase precedência, em que tempos, espaços. Pensar em que organização do trabalho são enquadrados os educandos, se é a forma mais propícia para aprender e se formar. Se reconhecermos o papel constituinte dos educandos sobre o currículo e deste sobre os educandos, somos obrigados a repensar os currículos e as lógicas em que os estruturamos. Estas lógicas são muito mais conformadoras das identidadesdos alunos do que as lições que transmitimos. Estes pontos têm merecido estudos e debates nas escolas.

O Currículo deve ser revisto de maneira que visualizem a diversidade dos educandos apontando assim novos ordenamentos e prioridades nos conteúdos curriculares. Outra indagação, muito pertinente, feita por Arroyo é a questão da preparação dos alunos para o mercado de trabalho,marcando os docentes como “preparadores e treinadores de mão-de-obra habilitada nas exigências do mercado, imagens reducionistas da docência, desmotivadoras”. Sugere a coleta de dados estatísticos do IBGE para que sirvam de base de estudo e cita que tais estudos se repetem, pois apesar do aumento da escolarização, a inserção dos mais pobres no mercado de trabalho está praticamente desaparecendo. Segundo Arroyo (2007), se os educandos não passam de capital humano a ser capacitado para as demandas hierarquizadas do mercado e se o currículo se organiza nessa lógica segmentada, os profissionais que trabalham esses conteúdos serão segmentados, hierarquizados e valorizados ou desvalorizados na mesma lógica segmentada e hierarquizada do mercado.

Por fim, ao longo de todo o texto, Arroyo propõe muitas discussões, como incorporar a pluralidade de propostas e projetos nas grades curriculares, em tempos, espaços e culturas devidas, como estimular a sensibilidade e vontade dos educadores, como modificar e claro, melhorar as estruturas das escolas e aumentar os horários para que os docentes possam ter tempo para pensar todas essas indagações.

Muitas questões e dúvidas surgem e ao longo do semestre com as leituras, orientação do professor e do debate com os colegas de classe, pretendo me aprofundar nesse tema, tão importante e necessário, e quiçá, encontrar saídas e respostas a todos esses questionamentos.

Um comentário:

  1. As reflexões sobre o texto ficaram muito boas. Estão coerentes e apresentam os aspectos relevantes do texto em detalhes. Essa análise permite aprofundar suas visões sobre questões acerca do currículo que precisam de um olhar mais detido dos educadores.

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